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21/11/2017 - 13:31

Linha de Crédito

Pequeno negócio se beneficia menos de crédito direcionado

Um novo conjunto de estatísticas do Banco Central (BC) mostra que os pequenos negócios se beneficiam menos das linhas de crédito direcionado do que as médias e grandes empresas. Os dados sobre a inclusão financeira das pequenas e microempresas abrem uma nova perspectiva para a análise de quem se beneficia e quem paga a conta no sistema de empréstimos subsidiados em vigor no Brasil.


As linhas de crédito direcionado respondem por 39,4% do estoque de operações contratadas pelas instituições financeiras com os pequenos negócios, enquanto que esse percentual chega a 51% para o conjunto de todas as empresas do país. Em teoria, deveria ocorrer justamente o contrário, pois geralmente os governos criam políticas públicas para fazer o crédito chegar a segmentos que, por falhas de mercado, sofrem racionamento.


O Banco Central está reexaminando o crédito direcionado, que inclui linhas como os financiamentos imobiliários, crédito rural e empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com o objetivo de reduzir os subsídios cruzados previstos no sistema.


O presidente do BC, Ilan Goldfajn, chama o sistema de subsídios cruzados no crédito de “meia entrada”. A exemplo dos estudantes, que legalmente têm direito a meia entrada nos cinemas, parte dos clientes dos bancos é beneficiada com juros menores no crédito direcionado, enquanto que os demais pagam uma entrada inteira, mais cara, para bancar esse benefício.


Os dados do BC mostram que, proporcionalmente, mais pequenos negócios pagam juros elevados no crédito livre, enquanto mais empresas médias e grandes se beneficiam dos juros menores do direcionado. “Os estudantes estão pagando a entrada inteira, enquanto os adultos pagam meia entrada”, afirma o gerente de acesso a serviços financeiros do Sebrae, Alexandre Comin. “É uma inversão.”


No crédito direcionado, os pequenos negócios pagam taxas médias entre 5% e 7,4% ao ano, enquanto que no livre os custos médios oscilam de 54,3% a 59,6% ao ano, mostram os dados do BC, referentes a dezembro de 2016.


O baixo acesso dos pequenos negócios ao crédito direcionado tem raízes históricas, afirma Comin, mas houve progressos nas últimas décadas. O BNDES foi criado, originalmente, para financiar grandes projetos voltados à industrialização do país, mas tem feito um esforço para chegar aos pequenos negócios.


Os pequenos negócios têm acesso a 4,8% do crédito total destinado a pessoas jurídicas no país, bem abaixo da sua participação no Produto Interno Bruto (PIB), estimada em 27% para 2011 em um estudo do Sebrae e da Fundação Getulio Vargas (FGV).


Em parte, o baixo volume de crédito se deve a uma menor demanda pelos pequenos negócios. Eles costumam se concentrar em atividades econômicas como comércio e serviços, que exigem menos investimentos porque são mais intensivos de mão de obra do que em capital.


Mas há também o chamado racionamento de crédito, ou seja, uma oferta de empréstimos pelos bancos menor do que a demanda. Os bancos, de forma geral, não têm informações suficientes para identificar bons pagadores, por isso relutam a emprestar para os pequenos. Uma das formas para corrigir essa falha de mercado é criar fundos públicos para oferecer linhas de crédito aos pequenos negócios ou para garantir operações realizadas pelo sistema privado.


As estatísticas são abertas pelo tamanho dos negócios. As microempresas individuais (faturamento anual até R$ 60 mil) tomam 7,5% de seus empréstimos no crédito direcionado, cujo estoque para esse segmento somava R$ 314 milhões em dezembro de 2014.


Já entre as microempresas (faturamento entre R$ 60 mil e R$ 360 mil) o percentual é de 60,8%, com um volume de R$ 44,361 bilhões. O destaque nesse segmento são os financiamentos habitacionais, com R$ 11,776 bilhões. A participação dos empréstimos direcionados no crédito total a empresa de pequeno porte (faturamento de R$ 360 mil a R$ 3,6 milhões) era de 29,8%, somando R$ 43,904 milhões.


FONTE: Valor Econômico




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