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19/10/2017 - 11:41

Mercado de Trabalho

Pequena empresa emprega 50% das pessoas no setor privado

O enxugamento de funcionários em grandes empresas provocou uma migração da mão de obra para negócios de pequeno porte no biênio recessivo de 2015-2016, de acordo com módulo especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada ontem pelo IBGE.


Metade das pessoas ocupadas no setor privado em 2016 (50,1%) estava em empreendimentos de pequeno porte, que possuíam apenas de uma a cinco pessoas. Dois anos antes, no pré-crise, essa proporção era de 46,6%. Essa diferença representa 2 milhões de trabalhadores a mais, para 37 milhões.


Ao longo do periodo recessivo, o número de trabalhadores empregados nos empreendimentos de maior porte (51 pessoas ou mais) encolheu em 3,6 milhões de pessoas. A proporção de trabalhadores ocupados nesses grandes negócios apresentou queda de 30,5% em 2014 para 26% em 2016.


“A crise afeta fortemente mercado como um todo. Grande empresas reduzem lucros, demitem. Isso fica claro pela redução do emprego com carteira. Quem saiu desse emprego foi para a informalidade. Viram pequeno empregador, empreendedor de pequena escala”, disse Bruno Ottoni, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).


Os empreendimentos de maior porte perderam representatividade como empregadores nas cinco grandes regiões do país. Adriana Beringuy, analista da coordenação de trabalho e rendimento do IBGE, chama atenção para a baixa na região Sudeste, que concentra as maiores empresas brasileiras.


O “Sudeste tem grande concentração de indústria. Normalmente, as indústrias da região são de grande porte, as que mais perderam população ocupada”, disse Adriana, acrescentando que a representatividade das grandes empresas da região recuou de 36,2% em 2012 para 31,8% em 2016.


O levantamento considera empreendimentos formais ou informais, inclusive trabalhadores por conta própria (autônomos, em negócios sem funcionários. O cálculo considera apenas trabalhadores do setor privado, excluindo serviços domésticos e empregados na administração pública.


Além do maior peso no emprego no país, os microempreendedores continuaram se formalizando, mesmo durante a crise. Segundo a pesquisa, o número de trabalhadores por conta própria com CNPJ chegou a 4,244 milhões de pessoas em 2016, crescimento de 39% em comparação a 2012.


Proporcionalmente, o número de trabalhadores de pequeno porte com CNPJ representava 18,9% do total de contas próprias em 2016. Esse percentual cresceu gradativamente nos últimos anos. De 14,9% em 2012, subiu para 18,4% em 2015.


Por outro lado, a redução do número de trabalhadores em grandes empresas provocou efeitos nos sindicatos. De acordo com a pesquisa, o país tinha 16,87 milhões de pessoas sindicalizadas no ano passado, 1,4 milhão a menos do que em 2015 (18,24 milhões). Esses contingentes são formados por pessoas empregadas ou que já trabalharam em algum momento.


Proporcionalmente, o número de sindicalizados encolheu. Em 2012, 13,6% das pessoas empregadas ou que já foram empregadas estavam associadas a algum sindicato. Em 2016, essa proporção recuou 12,1%, conforme a pesquisa do IBGE, realizada por meio de visitas domiciliares em todo o país.


FONTE: Valor Econômico



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