Digitalização do RH anda rápido demais, dizem gestores
A maioria dos gestores de RH reconhece a influência positiva de ferramentas de digitalização na área, mas também sente que esses processos estão acontecendo de forma acelerada demais. A falta de talentos com o perfil necessário para participar desse movimento é a principal preocupação.
Os dados são pesquisa da Randstad Sourceright com 320 profissionais de RH, a maioria do Brasil, com cargos de gerência sênior a vice-presidência. Para 62% deles, a digitalização tem influência positiva na área, e 90% estão fazendo investimentos em pelo menos 10 novas tecnologias. Cerca de 20% das empresas aumentaram o uso de automação e robôs nos últimos 12 meses, principalmente em áreas como operações, tecnologia da informação e pesquisa e desenvolvimento.
Além da busca por mais eficiência, um dos motivos para essa aposta em processos digitalizados é a adoção de padrões e controles, como parte de uma preocupação de compliance da matriz de organizações multinacionais, diz Pavel Kerkis, líder de soluções de vendas de RPO da Randstad Sourceright. É o caso, por exemplo, do uso de tecnologias em processos de recrutamento. “A robotização vem para criar padrões que garantam que a pessoa que entra na empresa passou pelo mesmo processo em qualquer lugar”, diz.
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Na visão de Kerkis, o uso de processos de recrutamento e seleção digitalizados são uma forma de avaliar habilidades importantes, como comunicação rápida e saber lidar com tecnologia. “A empresa que se vende como digital recorre a esse processo para que a experiência de entrada seja parecida com a que o candidato vai encontrar depois”, diz. Mais de um terço (34%) gostaria de aumentar os investimentos e soluções digitais que melhorem a experiência do candidato no processo seletivo.
A maioria dos gestores de RH (58%), no entanto, considera que essas transformações estão acontecendo rápido demais. Para 54%, a falta de talentos específicos para lidar com esse cenário é o elemento que mais impacta negativamente o RH hoje, acompanhado da perspectiva de profissionais mais experientes se aposentando e deixando a empresa (28%). Na opinião de Kerkis, mesmo com a crise econômica e os altos índices de desemprego, há determinadas funções que ainda sofrem com a falta de mão de obra qualificada no Brasil.
FONTE: Valor Econômico
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